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Psicanálise em grupo

Psicanálise individual e psicanálise grupal.

Este é o ponto do episódio 126 do ESPECast, disponível no Spotify e no YouTube, onde, de maneira bem sucinta, o professor Daniel Omar Perez sugere algumas bibliografias para a elucidação da questão: É possível uma psicanálise em grupo?


Boa leitura. 


 

O cerne da questão.

Psicanálise grupal e psicanálise individual. Alguns psicanalistas dizem que aquilo que não se faz em um divã, individualmente, não é psicanálise, ou seja, se o paciente não passou pelo divã, o que fez não é considerado psicanálise.

Outros, entretanto, entendem que é possível uma escuta psicanalítica e um trabalho psicanalítico, ou seja, é possível uma psicanálise, em grupo.

“De fato” – pondera professor Daniel sobre o assunto – “a psicanálise e os grupos tiveram uma história, poderíamos dizer, que começa lá nos anos 40, até onde eu sei, e que [onde] se elaboram diferentes teorias de que é possível levar adiante um trabalho clínico psicanalítico de grupo, até um certo ponto. Assim como é possível levar um trabalho clínico psicanalítico individual até um certo ponto e às vezes não passa desse ponto. Devo dizer que com Jacques Lacan há uma espécie de divisão de águas. Os lacanianos, de fato, poderíamos dizer que se dedicam a enterrar, durante um bom tempo, qualquer tipo de tentativa de psicanálise e grupo, de vincular psicanálise e grupo.”


Indicações bibliográficas

Para que você mesmo tire suas conclusões sobre se existe ou não psicanálise de grupo, o professor Daniel sugere no episódio algumas leituras que podem ser úteis na elucidação da questão: Existe ou não psicanálise de grupo? Se pode fazer psicanálise com grupos? Se sim, quais são suas limitações? 


Seguem abaixo os títulos dos seis livros indicados acompanhados de breves comentários feitos pelo professor Daniel.


As exatas referências de edições podem ser encontradas, com facilidade, nos mecanismos de busca da Internet. 


a) Um Singular Plural: A psicanálise à prova do grupo – Rene Kaës

Este texto apresenta um panorama da psicanálise e do grupo. É um texto introdutório, bem interessante, para que você possa ter uma ideia geral da questão.


b) Psicoterapia de Grupo – Leon Grimberg, Mary Langer e Emilio Rodrigué


Publicado no Brasil em 1976, pela editora Forense. Escrito a seis mãos por Leon Grimberg, Mary Langer e Emílio Rodrigué, que é um psicanalista argentino que migra para o Brasil mais tarde e desenvolve um trabalho bastante interessante na Bahia.


O texto apresenta uma avaliação e um diagnóstico do que seriam os diferentes tipos de psicoterapias de grupo, enfocando qual é seu alcance e qual é seu limite e o que uma psicanálise de grupo poderia fazer.


 c) Gruppenpsychoanalyse: Theorie, Geschichte um Praxisfelder der gruppenanalytischen Methode – Gunter Dietrich e Florian Fossel


Um texto em alemão, organizado por Dietrich e Fossel, que traz a teoria, a história e a prática de campo do método da psicanálise de grupo. Este texto nos dá um panorama da situação da psicanálise de grupo na Europa.


“Então nós temos um texto francês, que nos dá um panorama, um texto argentino, que nos dá outro panorama e um texto alemão que nos dá outro panorama acerca dessa relação de grupo e prática psicanalítica. ” – Daniel Omar Perez


d) O Processo Grupal – Enrique Pichon Rivière


Pichon Rivière fazia parte, naquela época, da Associação Psicanalítica Argentina. Sua esposa, Arminda Aberastury, trocava muitas cartas com Melanie Klein, que exercia grande influência naquele tempo na psicanálise argentina. Pichon Rivière desenvolve, então, uma prática clínica e uma teoria clínica de grupo, com processo grupal e com a noção de vínculo.


e) Clínica Grupal em Psicanálise: Uma proposta teórico-clínica – Luís Carlos de Araújo Lima e Sérgio Lopes de Oliveira


Finalmente uma publicação do Instituto Langage. Este texto trata de uma psicanálise feita em grupo a partir da teoria psicanalítica lacaniana


Conclusão

Após fazer a indicação bibliográfica acima, o professor Daniel pondera que é possível ver, com estas obras, que se acabou o tempo onde a psicanálise estaria divorciada da intervenção em grupos.


“E aqui cabe a nós [concluirmos] , aí com a sugestão de leitura que eu dei ou com outros textos que vocês possam ler, se existe psicanálise de grupo, se não existe psicanálise de grupo; se é possível fazer intervenções [em grupo], se é possível fazer uma escuta clínica, uma escuta analítica, em relação com o grupo. Qual é o alcance e qual é o limite dessa prática de escuta? A resposta eu deixo para vocês. Eu apenas sugiro o tema e sugiro alguma bibliografia.” – conclui o professor Daniel.


O que você pensa sobre o assunto? Deixe suas opiniões nos comentários!


Até nosso próximo texto!


 
Assista ao episódio completo



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Transcrição e adaptação:

Gustavo Espeschit é psicanalista, professor e escritor. Pós-graduado em Fundamentos da Psicanálise: Teoria e Clínica pelo Instituto ESPE/UniFil e Pós-graduado em Clínica Psicanalítica Lacaniana pela mesma instituição. Formado em Letras Inglês/Português com pós-graduação em Filosofia e Metodologia do Ensino de Línguas.


Autor do episódio:

Daniel é psicanalista, pesquisador e professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Doutor e Mestre em Filosofia pela Unicamp, com pós-doutorado na Michigan State University nos EUA e em Rheinische Friedrich-Wilhelms-Universität Bonn na Alemanha. Autor de diversos livros de Filosofia e Psicanálise. Obteve o título de licenciado em filosofia em 1992 na Universidade Nacional de Rosario (Argentina). Publicou artigos científicos em revistas nacionais e internacionais, livros e capítulos de livros sobre filosofia e psicanálise.




 
 
 

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